Como CEOs bem assessorados tomam decisões tecnológicas
30 de jul. de 2025
Como CEOs bem assessorados tomam decisões tecnológicas
Na era da inteligência artificial e da automação avançada, decisões tecnológicas não são mais escolhas operacionais. Elas impactam diretamente a competitividade, a governança e os resultados financeiros da empresa.
CEOs bem assessorados tomam decisões com base em três fundamentos: visão estratégica, arquitetura tecnológica consistente e acompanhamento rigoroso de impacto. O que os diferencia não é a velocidade com que adotam tecnologia, mas a clareza sobre o porquê, o como e o que esperam dela.
1. Visão estratégica e diagnóstico claro
Segundo a McKinsey, a maior barreira para adoção de IA nas empresas não é a falta de tecnologia. É a ausência de liderança com clareza estratégica. Em um estudo com mais de 230 executivos C-level e 3.600 profissionais, empresas com líderes envolvidos na estratégia de IA apresentaram maior alinhamento entre tecnologia e metas de negócio.
O Oliver Wyman Forum mostrou que empresas com maturidade em inteligência estratégica (corporate foresight) atingem 33% mais lucratividade e até o dobro de valorização de mercado em relação às demais. CEOs bem assessorados não implementam tecnologia por pressão externa. Eles começam pelo problema, analisam a estrutura da empresa e só então definem quais ferramentas fazem sentido.
2. Avaliação técnica com foco em governança e resultado
A Deloitte e o The Australian CFO Journal identificaram que a maioria das empresas que lideram transformações digitais estruturaram funções específicas para essa agenda. O orçamento destinado à transformação aumentou até 2,5 vezes desde 2022.
Mesmo assim, segundo a ITPro, apenas metade das empresas afirma confiar nos resultados das soluções de IA que implementaram. O problema não está na tecnologia em si, mas na forma como ela é escolhida, aplicada e medida. Adoção madura de tecnologia requer critérios como:
Escolha de ferramentas robustas e comprovadas
Governança clara sobre o uso de dados e privacidade
Capacitação interna para lidar com as novas estruturas de decisão
Tecnologia sem critério gera dependência e retrabalho. Com critério, ela gera autonomia e resultado sustentável.
3. Priorização de casos com retorno mensurável
A pesquisa do IDC mostra que 66% dos CEOs que adotaram IA com foco em performance relataram ganhos operacionais significativos. Esses resultados vieram, principalmente, de iniciativas com impacto imediato e claro, como:
Atendimento automatizado com inteligência contextual
Integração de dados entre setores e sistemas
Criação de dashboards com indicadores acionáveis
Automação de processos de backoffice
Segundo o Business Insider, 70% dos executivos consultados alertam sobre os riscos de soluções genéricas mal implementadas. E 94% reconhecem que agentes personalizados entregam decisões mais eficazes que modelos prontos.
O erro comum está em tratar tecnologia como produto. CEOs bem assessorados tratam tecnologia como parte da estratégia.
4. Monitoramento e governança contínua
Implementar tecnologia não é suficiente. A vantagem está na capacidade de acompanhar, ajustar e evoluir. Dados da IBM e da McKinsey confirmam que empresas com maior retorno tecnológico são aquelas que mantêm comitês internos ativos, KPIs definidos e processos de revisão executiva permanente.
Com a proliferação de dados operacionais, cresce também o risco de dispersão e perda de controle. Empresas maduras criam estruturas de governança para manter seus ativos digitais organizados, auditáveis e orientados à tomada de decisão.
O padrão de decisão dos CEOs bem assessorados
Eles iniciam o processo com estratégia, não com ferramentas. Escolhem tecnologia com base em contexto, maturidade e retorno. Aplicam com apoio técnico sólido e mantêm o acompanhamento com disciplina. Ao fazer isso, transformam a tecnologia em alavanca de crescimento, e não em mais uma camada de complexidade.
Em um mercado onde todos falam sobre inovação, quem executa com clareza tem vantagem. A empresa que estrutura bem sua base tecnológica não apenas responde melhor ao presente. Ela se antecipa ao que vem depois.